Após dois meses de actividade como árbitro, tenho a dizer que a arbitragem faz-me crescer. Faz-me crescer como pessoa, faz com que tenha uma consciência única do que é existir em relação e com as pessoas que me rodeiam. Faz com que tenha o controlo necessário para enfrentar todos os obstáculos com que me deparo diariamente. Porquê? Porque quando apito para o início do jogo, o mais difícil já foi ultrapassado. É nesse preciso momento que me abro a uma nova realidade, à experiência de um novo jogo, de decisões firmes e conscientes, a um caminho sem medo, sem hesitações. O que é isto senão o caminho para a felicidade?
Só tem que correr bem se estiver preparado para o que vem. Preparado fisicamente e emocionalmente pois somos, das três equipas em campo, a melhor. E, o que é mais difícil na vida de um árbitro? É a vida da pessoa que é o árbitro. Até começar o jogo, passámos uma semana de trabalho, recebemos a nomeação do jogo, comunicámos com os colegas que vão ao jogo, discutimos com a nossa(o) companheira(o) ou com a nossa família e por vezes ouvimos conversas do tipo “nunca estás cá ao fim-de-semana” – “ai, não quero o divórcio”, tentamos descansar no final de cada dia de trabalho para que no fim-de-semana de jogos possamos estar serenos e por vezes acontece dizermos: “ai, maldita insónia, preciso dormir”... arrumámos o saco de equipamentos e pensamos “ai, não sei se me falta alguma coisa”...preparámos o carro para a viagem, evitámos contactos telefónicos dos amigos e convites do tipo: “Vamos tomar um copo logo, dançar até amanhecer” – “ai, não dá, tenho jogo amanhã, fica para a próxima”...reunimos com os colegas para estar no campo mais do que uma hora de antecedência e vamos para o balneário dos árbitros. Antes de começar o jogo, verificamos o equipamento e afins: relógio, apito, moeda, cartões, caneta, bloco de notas, bola, cabeça, tronco, membros, disposição, batidas cardíacas, espelho para ver se estamos bem encarados, respirar fundo, sair do balneário, jogadores em sentido, directores, massagistas, treinadores, público que já começou a falar connosco “lá vem os palhaços" ou "vejam lá se se portam bem", identificação dos jogadores, sorteio, saudação, balizas em ordem, troca de olhares entre os árbitros, cronómetro a postos… COMEÇOU O JOGO!

1 comentário:
ora ai esta 1 bom ponto de vista. axo k em 2 meses ja fizeste + k mtos outros arbitros em ano e meio pah...mas prontox na falemos dixo...lol
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